O Incrível Mundo dos Faróis

O INCRÍVEL MUNDO DOS FARÓIS
FARÓIS MARÍTIMOS E A NAVEGAÇÃO COSTEIRA  

Por Cap Herman Junior

Os faróis sempre exerceram um grande fascínio a navegadores e admiradores dos oceanos, pela sua robustez, imponência e por serem olhos iluminados para proteger os que navegam.

Farol de Alexandria - 279 a.C.

Mas obviamente, foram construídos para auxiliar a navegação costeira. Muitos fatores, como nevoeiros ou chuvas comprometem a visibilidade e os faróis mostram o caminho.

O Farol de Alexandria
Construído em 280 a.C. na ilha de Faros, o farol de Alexandria foi o primeiro farol que se tem registro. Alexandre, o Grande fundou a cidade de Alexandria e a conectou a Faros através de um molhe, mas foi no reinado de Ptolomeu que o farol começou a ser construído. A ilha grega de Faros foi a inspiração para o nome farol em diversas línguas românicas, línguas que se originaram da evolução do latim como (faro) em italiano, (phare) em francês, (far) em romeno e (farol)em português. Muitos outros faróis foram construídos pelos romanos após isso, no Mar Mediterrâneo, no Mar Negro e no Oceano Atlântico, mas desapareceram coma queda do império romano ressurgindo no século XI apenas devido a expansão marítima das grandes navegações.

Os faróis foram criados para orientar navegadores a localizar entrada de portos, presença de recifes ou bancos de areia e demais obstáculos perigosos à  navegação. Posteriormente com a evolução se tornou um grande auxílio à navegação costeira, pois as cartas náuticas passaram a ter os dados informados em detalhes, facilitando a plotagem na rota de navegação.

Os faróis eram inicialmente alimentados com azeites de oliveira ou de baleia e evoluindo gradativamente para o petróleo, gás e desde 1922 a iluminação elétrica passou a ser implantada com o recurso de geradores a óleo diesel para o caso de falta de energia. Ao longo dessa evolução os faróis foram sendo equipados com espelhos óticos, lentes e refletores em um mecanismo de rotação que permitia que a luz, respectivamente, alcançasse maiores distâncias e tivesse intervalos, entre luz e obscuridade, para transmitir informações aos navegantes.

O intervalo das luzes e o tempo no escuro são basicamente a identidade do farol, pois esses dados vem registrados na carta náutica e também é possível nessa descrição da carta, saber a altura desse farol e o alcance em milhas náuticas que sua luz pode alcançar.
No Brasil, há registros de pelo menos 216 faróis, 15 radio faróis e 573 faroletes.

Desafiando a fúria do mar

Muitos faróis desafiam a força das ondas, pois estão situados no mar onde muitas vezes parecem ser engolidos por ondas gigantes.

Farol de La Jument - Fotografia de Jean Guichard

Em 21 de dezembro de 1989 o fotógrafo Francês Jean Guichard sobrevoava de helicóptero o Farol La Jument após uma grande tempestade e registrou um momento que viria a ser uma das mais famosas fotos de faróis do mundo. O momento exato em que uma enorme onda engolia o farol no instante em que o faroleiro Theophile Malgorn saía a porta para verificar o que estava acontecendo para o helicóptero estar sobrevoando o farol. Por questões de segundos a fúria da natureza versos o homem não tirou a vida de Theophile que hoje vive numa ilha próxima a Quessantem Breatanha na França.
Esta região da Bretanha é considerada uma das regiões mais perigosas do mundo para a navegação, por isso há uma grande concentração de faróis que enfrentam há séculos as forças da mãe natureza e mares furiosos.

Demi Moore no filme Half Light

O Guardião do Farol

O faroleiro é o nome que se dá ao profissional mantenedor do farol. Ao longo dos séculos com a evolução dos faróis e a automação dos mesmos, essa figura precisou ser reinventada, mas ainda hoje inspira até mesmo filmes de Hollywood como o suspense Half Light(Protegida por Um Anjo) com Demi Moore e Henry Ian Cusick,  que se passa em uma vila remota na costa da Escócia e em uma ilha com um farol desativado que ganha vida.

Farol da Ilha da Moela em 31 de julho de 1830

Muitos já devem ter ouvido falar dos fantasmas do Farol da Moela, inaugurado em 1830, no litoral de São Paulo. A lenda conta que vultos de escravos, que trabalharam na construção do farol e lá morreram, aparecem à noite nas paredes do farol. Lendas e estórias ganham força devido a esse verdadeiro fascínio e admiração que existe em torno dessas lanternas gigantes que se situam isoladas, muitas vezes em ilhas distantes, mas que nos protegem, olham por nós e nos guiam para locais seguros.

Farol da Moela - Guarujá - SP

O Faroleiro moderno hoje, também conhecido como “Técnico de Sinalização Náutica” exerce uma importante função na operação dos sistemas e afazeres  envolvidos em um farol que incluem o planejamento e controle dos Sinais Náuticos, manutenção de boias luminosas, balizas, determinação geográfica de sinais náuticos dentre outras que envolvam a manutenção predial e elétrica das instalações. O guardião da luz mudou, evoluiu, mas ainda está lá nos faróis que não são totalmente automatizados.

A milenar relação entre faróis e navegadores, jamais irá sucumbir às tempestades ou a mares revoltos, pelo contrário a cada feixe de luz revelado na escuridão da noite nascerá uma nova história e uma nova esperança de chegar, de partir ou de saber que aqueles olhos iluminados revelam com segurança o melhor rumo de nossas travessias.

Capitão Herman Junior

Cap Herman Junior é um empresário na área da educação, dono da escola de línguas ViaEnglish.com e do seu amor pelo mar e pelo ser humano, entre outros projetos voluntários, criou os Grupos Mayday e o portal bilíngue iNavigate. Hoje palestrante e colunista náutico, atua na área de segurança na Câmara Temática de Navegação e Segurança do Fórum Náutico Paulista, câmara que também coordenou entre 2018 a 2019.

Herman é especialista da Revista Náutica em Meteorologia Marítima e se dedica a ensinar desde 2015, gratuitamente através dos Grupos Mayday, principalmente Meteorologia para aumentar a segurança dos navegadores. Os Grupos Mayday foram seu primeiro projeto no meio náutico inspirado em uma terrível fatalidade com a embarcação Anjo Gabriel que custou a vida de seus sete integrantes. Herman buscava aí criar, fazendo uso do fluxo da comunicação das redes de bate papo, um mecanismo para facilitar o eco de pedidos de socorro de nossos irmãos no mar.

Funcionou, e de um grupo de WhatsApp surgiram 36 grupos lotados onde a segurança e a entrega de conteúdo gratuito foi conquistando o país dia após dia. No canal iNavigate Herman colocava seus ensinamentos, dicas e o projeto foi crescendo e dando suporte aos Grupos que foram agraciados com administradores extremamente competentes que se uniram ao projeto e ao Capitão Herman para gerir algo que já ganhava vida própria e não mais possuía fronteiras no Brasil.

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